O comércio entre empresas sempre ocupou um lugar central na economia mundial. Durante décadas, foi ele quem sustentou cadeias produtivas, conectou indústrias a distribuidores e movimentou mercados inteiros. O que mudou radicalmente foi a forma como esse relacionamento acontece, acompanhando transformações tecnológicas e sociais.
Se antes os contatos dependiam exclusivamente de visitas presenciais e catálogos impressos, hoje as jornadas digitais remodelaram a maneira de comprar e vender. Essa evolução não se limita a ferramentas: envolve processos, expectativas e novos padrões de relacionamento que estão moldando o futuro do B2B.
É nesse contexto que surge a chamada terceira era do B2B Commerce — um momento que combina inteligência digital, omnichannel e autonomia para compradores. Ao longo deste artigo, você vai conhecer cada etapa dessa revolução e entender como ela pode transformar a forma de competir no mercado atual. Continue lendo!
A primeira era: catálogos impressos e venda presencial
No início da história do B2B Commerce, as relações comerciais eram construídas de forma totalmente presencial. Representantes visitavam empresas com catálogos físicos em mãos, anotando cada pedido manualmente. Essa dinâmica era trabalhosa e cara, já que dependia do deslocamento e da disponibilidade de cada vendedor.
Essa primeira era se destacava por três pontos centrais:
- baixa automação, já que todo o processo era manual;
- alto custo de atendimento, considerando viagens, tempo investido e materiais impressos;
- escala limitada, pois o alcance estava restrito à agenda de cada representante.
O modelo trazia uma grande limitação: pequenas contas eram deixadas de lado. Para muitas empresas, não valia a pena investir na visita presencial para clientes de baixo volume. Isso criava um cenário de exclusão comercial, no qual apenas grandes compradores tinham acesso contínuo a esse atendimento.
A segunda era: portais digitais rudimentares
Com a popularização da internet, os primeiros portais B2B começaram a surgir, inaugurando uma etapa marcada pela digitalização inicial do relacionamento entre empresas.
Esses ambientes virtuais permitiam que os compradores consultassem catálogos online e, em alguns casos, enviassem pedidos diretamente pela plataforma. O movimento representou um avanço importante em termos de escala, mas ainda estava longe de oferecer uma experiência fluida.
Na prática, esses portais esbarravam em várias limitações. A integração com ERPs era mínima e dificultava o acompanhamento em tempo real. As interfaces eram pouco intuitivas, tornando a navegação cansativa e burocrática.
Além disso, não havia espaço para personalização, o que impedia que cada cliente tivesse um atendimento mais próximo das suas necessidades. O resultado foi uma fase de transição: o ganho de escala existia, mas o processo ainda apresentava muita fricção. Grandes corporações, por exemplo, adotaram padrões como o PunchOut para conectar seus sistemas de compras diretamente aos fornecedores.
No entanto, essa solução só estava ao alcance de empresas com maior poder de investimento, criando uma barreira para que pequenos e médios negócios aproveitassem os mesmos recursos digitais.
A terceira era: jornadas digitais inteligentes e omnichannel
O momento atual do B2B Commerce representa uma virada completa em relação ao passado. Não se trata apenas de vender por canais digitais, mas de criar experiências integradas, inteligentes e fluidas.
Essa é a era em que tecnologia e relacionamento caminham juntos, permitindo que empresas atendam desde grandes corporações até pequenos compradores com eficiência e personalização.
A experiência do cliente na terceira era
O comprador B2B já não precisa se limitar a um único ponto de contato. Ele pode navegar em aplicativos personalizados, acessar preços segmentados, salvar listas de recompra e aprovar pedidos de forma instantânea.
Além disso, tem liberdade para transitar entre diferentes canais — portal web, aplicativo, WhatsApp, marketplace ou atendimento remoto — sem perder a continuidade da jornada.
Nesse processo, agentes de inteligência artificial eliminam atritos e agilizam interações, mas sempre com a possibilidade de suporte humano quando necessário.
Os dados e estatísticas sobre a terceira era
As estatísticas confirmam a força dessa transformação. O mercado global de B2B e-commerce deve atingir entre US$ 36 e 47,5 trilhões até 2030, superando o ritmo do B2C.
Um estudo da Global Market Insight indica que de 70% dos compradores preferem jornadas self-service, mas também demonstram arrependimento quando não encontram apoio consultivo. No Brasil, o B2B já ultrapassou os US$ 80 bilhões em faturamento e a estimativa é que atinja os US$ 224 bilhões em 2030.
Alguns exemplos do mercado
Algumas empresas já demonstram como aplicar essa visão na prática:
- Samsung lançou lojas digitais fechadas para pequenas e médias empresas, com políticas comerciais personalizadas;
- Grainger criou microsites por CNPJ integrados ao ERP, permitindo pedidos automáticos e recorrentes;
- Natura registrou aumento de 24% no ticket médio e de 18% na receita ao evoluir sua experiência digital.
Esses exemplos reforçam que a terceira era do B2B Commerce não é tendência futura, mas uma realidade consolidada que redefine a forma como empresas compram e vendem.
Aplicações práticas da terceira era do B2B
A terceira era do B2B Commerce abre espaço para que diferentes players da cadeia encontrem novas formas de crescimento. O digital se torna um meio de ampliar alcance e eficiência, mas com papéis distintos para cada tipo de empresa.
Indústrias
Fabricantes podem usar plataformas digitais para criar canais exclusivos de venda e atendimento. Isso permite alcançar pequenas e médias empresas sem elevar custos de campo e, ao mesmo tempo, reservar a força comercial para negociações de alto impacto.
Distribuidores
Ao digitalizar sua operação, distribuidores conseguem cobrir regiões que antes eram inviáveis economicamente. Em vez de ampliar equipes, passam a contar com sistemas integrados que automatizam pedidos e reposições.
Pequenas e médias empresas compradoras
Os compradores SMB passam a ter autonomia. Repor estoque, consultar preços personalizados e manter um histórico de negociações são ações que antes dependiam de telefonemas ou visitas, mas agora podem ser feitas a qualquer momento, com poucos cliques.
Por fim, a evolução do B2B Commerce mostra uma transição clara: dos catálogos impressos às plataformas omnichannel, passamos de um modelo limitado para outro escalável e inteligente. A lição mais valiosa é que o digital não veio para substituir o vendedor, mas para ampliar seu impacto. O verdadeiro diferencial da terceira era está em usar tecnologia para escalar o humano, criando experiências que unem conveniência e proximidade.
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